A importância dos eletrólitos durante o Jejum

O suor, excesso de água, diarreia, dietas com baixo teor de carboidratos e também o jejum, podem esgotar suas reservas de eletrólitos.

É importante lembrar que tanto o jejum quanto a dieta cetogênica provocam respostas metabólicas semelhantes: a redução dos picos de açúcar no sangue, fazendo que a produção de insulina pelas células beta do pâncreas também seja minimizada.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, e atua como um mensageiro químico, metabolizando a glicose (açúcar no sangue) para a produção de energia. Ela atua como uma “chave mestra”, tendo acesso a todas as “fechaduras” das células do corpo. Sua função é controlar a abertura e o fechamento de cada célula para que a glicose entre e seja usada para gerar energia.

A insulina também consegue influenciar o funcionamento dos seus rins!
“Segura esse sódio aí rim! Não faça xixi!”

Diabéticos tipo 2 tendem a ser sensíveis ao sal por terem níveis altos de insulina no corpo. A insulina faz com que os rins “segurem o sódio”, fazendo com o que o corpo tenha dificuldade em regular de forma eficaz a pressão arterial.

Durante o jejum, o efeito oposto é observado. Com os níveis de insulina drasticamente baixos, você acaba urinando mais sódio do que normal. Durante estudos científicos, foi observada uma excreção significativa de sódio (chamada natriurese) que atinge o pico por volta do quarto dia do jejum, com um padrão semelhante, porém menos significativo, de excreção de potássio.

Em um experimento da década de 1970, um homem com obesidade mórbida jejuou por 382 dias – uma intervenção que reduziu mais da metade seu peso corporal. Seus níveis de sódio e potássio caíram significativamente durante os primeiros 100 dias de jejum, se estabilizando posteriormente.

Em outro estudo, 46 indivíduos obesos receberam um suplemento eletrolítico diário ao longo de um jejum de seis semanas. O grupo perdeu em média 25kg, e conseguiu manter seus níveis de eletrólitos normais.

Qualquer jejum por mais de 12 horas aumenta a probabilidade de deficiência eletrolítica. Existem duas razões principais para isso:

1. Alimentos (especialmente matéria vegetal) são a principal fonte de todos os eletrólitos, exceto o sódio. Quando você jejua, você corta seu suprimento.

2. O jejum reduz precipitadamente os níveis de insulina. Como resultado, seus rins começam a expelir sódio, potássio e água.

1. Evita a gripe cetogênica

A gripe cetogênica (keto flu) é um conjunto de sintomas observados por algumas pessoas ao iniciarem a dieta cetônica. Esses sintomas, que podem ser semelhantes aos da gripe, são causados pela adaptação do corpo a uma nova dieta de baixo carboidratos e alta gordura. Reduzir a ingestão de carboidratos força seu corpo a queimar cetonas para obter energia em vez de glicose. As cetonas são subprodutos da quebra de gordura e se tornam a principal fonte de combustível quando se segue uma dieta cetogênica.

A gripe, porém, costuma ser causada principalmente devido ao baixo teor de sódio. Diferentes de outras gripes, o remédio aqui não é “esperar”, mas sim, aumentar a ingestão de sal. O mesmo efeito se observa durante o jejum. Como o jejum diminui a insulina e causa considerável perda de sódio, esse sódio precisa ser reposto.

2. Ameniza o aumento rápido do peso após o jejum

Quando estamos em jejum, nosso corpo quebra o glicogênio (açúcar armazenado) para atender às necessidades de glicose do cérebro. Este processo, denominado glicogenólise, libera um fluxo alto de água que posteriormente será expelida através da urina. A água é pesada e o peso corporal diminui proporcionalmente, dando a impressão que estamos emagrecendo através da queima de gordura. Sim, uma pequena porção se deve à queima de gordura, mas a perda de água é o fator que faz a diferença na hora de subir na balança.

Quando você começa a comer novamente, o glicogênio se reforma e o peso volta com força total. Segundo estudos, a suplementação de sódio atenua esse efeito, reduzindo o ganho de peso pós-jejum para apenas 39% da quantidade original perdida.

3. Aumento no desempenho físico

O suor, expelido durante os exercícios físicos, contribui com a diminuição das reservas de eletrólitos. Agora, se exercitar durante o jejum, faz com que tenhamos um forte argumento para a suplementação de minerais durante o jejum.

Eu fui prova disso ao conseguir correr uma meia maratona estando em jejum e observar uma melhor disposição física em comparação a um dia normal (com alimentação balanceada).

4. Previne a Hiponatremia

Hiponatremia é um transtorno metabólico causado por um desequilíbrio hidreletrolítico no organismo que leva a uma concentração anormalmente baixa de sódio no sangue. Trata-se de um distúrbio geralmente assintomático, com sinais e sintomas presentes apenas nos casos graves.

O baixo teor de sódio é uma condição perigosa e às vezes fatal que aflige – de acordo com uma fonte – cerca de 15% dos atletas de resistência. A principal causa é devido a uma má hidratação. Atendendo ao grito de guerra de “beba mais água”, os atletas bombeiam líquidos além da sede e acabam diluindo os níveis de sódio no sangue.

A hiponatremia pode ser revertida bebendo uma solução salina (água salgada). E então, se você está apenas bebendo água durante um jejum e não está suplementando com eletrólitos, você pode acabar com sintomas de baixo teor de sódio.

Segundo nutricionistas, 5g diárias de sódio é a dosagem ideal. 3 colheres de chá de sal refinado possui 5813,70 mg de sódio (Fonte: https://cuidai.com.br/alimentacao/busca-de-alimentos/alimentos/788-sal-refinado). Logo, 2 colheres e meia de sal refinado diariamente ajuda a você manter os níveis de sódio durante seus jejuns.